"MARIANA nos convida para uma interessante jornada, emprestando-nos “seu olhar” para mostrar,
através da narrativa de seus pensamentos, sentimentos e emoções, tudo que existe além das “DIS-HABILIDADES”.
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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O menino e a rosa - Helen Buckley

Era uma vez um menininho bastante pequeno que contrastava com a escola bastante grande.
Uma manhã, a professora disse:
- Hoje nós iremos fazer um desenho.
"Que bom!"- pensou o menininho. Ele gostava de desenhar leões, tigres, galinhas, vacas, trens e barcos... Pegou a sua caixa de lápis-de-cor e começou a desenhar.

A professora então disse:
- Esperem, ainda não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora, disse a professora, nós iremos desenhar flores.

"Que bom!". Pensou o menininho. Ele gostava de fazer flores. E começou a desenhar bonitas flores com seus lápis rosa, laranja e azul.

A professora disse:
- Esperem! Vou mostrar como fazer.
E a flor era vermelha com caule verde.
- Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.

O menininho olhou para a flor da professora, então olhou para a sua flor. Gostou mais da sua flor, mas não podia dizer isso... Virou o papel e desenhou uma flor igual a da professora.
Era vermelha com caule verde.

Num outro dia, quando o menininho estava em aula ao ar livre, a professora disse:
- Hoje nós iremos fazer alguma coisa com o barro.
"Que bom!". Pensou o menininho. Ele gostava de trabalhar com barro. Podia fazer com ele todos os tipos de coisas: elefantes, camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar e amassar a sua bola de barro.

Então, a professora disse:
- Esperem! Não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora, disse a professora, nós iremos fazer um prato.
"Que bom!" - pensou o menininho.
Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos.

A professora disse:
- Esperem! Vou mostrar como se faz. E ela mostrou para todos como fazer um prato fundo.
- Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.

O menininho olhou para o prato da professora, olhou para o próprio prato e gostou mais do seu, mas ele não podia dizer isso. E fez um prato fundo, igual ao da professora.

E muito cedo o menininho aprendeu a esperar e a olhar, e a fazer as coisas exatamente como a professora. E muito cedo ele não fazia mais coisas por si próprio.
Então, aconteceu que o menininho teve que mudar de escola. Essa escola era ainda maior que a primeira.

No primeiro dia a professora disse:
- Hoje nós vamos fazer um desenho.
"Que bom!"- pensou o menininho e esperou que a professora dissesse o que fazer.
Mas a professora não disse nada. Apenas andava pela sala.

Então, ela foi até o menininho e disse:
- Você não quer desenhar?
- Sim, disse o menininho, e o que é que nós vamos fazer?
- Eu não sei, até que você o faça, disse a professora.
- Como eu posso fazê-lo?
- Da maneira que você quiser.
- E de que cor?
- Qualquer cor, disse a professora.
- Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu posso saber o que cada um gosta de desenhar?
- Eu não sei... disse o menininho.

E então, ele começou a desenhar uma flor vermelha com o caule verde.

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THE LITTLE BOY
By Helen E. Buckley

Once a little boy went to school.
One morning, when the little boy had been in school a while, his teacher said:
- Today we are going to make a picture.
“Good!” thought the little boy. He liked to make pictures. He could make all kinds. Lions and tigers, Chickens and cows, trains and boats, and he took out his box of crayons and began to draw.

But the teacher said:
- Wait! It is not time to begin!
And she waited until everyone looked ready.
- Now, said the teacher, we are going to make flowers.

“Good!” thought the little boy, he liked to make flowers, and he began to make beautiful ones with his pink and orange and blue crayons.

But the teacher said:
- Wait! And I will show you how.”
And it was red with a green stem.
- There, said the teacher, now you may begin.

The little boy looked at the teacher’s. Then he looked at this own flower. He liked his flower better than the teacher’s. But he did not say this. He just turned his paper over. And made a flower like the teacher’s.
It was red with a green stem.

On another day, when the little boy had opened the door from the outside all by himself, the teacher said: “Today we are going to make something with clay.”
“Good!” thought the little boy. Snakes and snowmen, elephants and mice, cars, and trucks, and he began to pull and pinch his ball of clay.

But the teacher said:
- Wait! It is not time to begin!”
And she waited until everyone looked ready.
- Now, said the teacher, we are going to make a dish.
He liked to make dishes. And he began to make some that were all shapes and sizes.

But the teacher said:
- Wait! And I will show you how. And she showed everyone how to make a deep dish.
- There, said the teacher, now you may begin.

The little boy looked at the teacher’s dish, then he looked at his own. He liked his dish better than the teacher’s. But he did not say this. He just rolled his clay into a big ball again. And made a dish like the teacher’s. It was a deep dish.

And pretty soon the little boy learned to wait, and to watch and to make things just like the teacher. And pretty soon he didn’t make things of his own anymore.

Then it happened that the little boy and his family moved to another house, in another city, and the little boy had to go to another school.

And the very first day he was there the teacher said:
- Today we are going to make a picture.
“Good!” Thought the little boy and he waited for the teacher to tell him what to do.
But the teacher didn’t say anything. She just walked around the room.

When she came to the little boy she said:
- Don’t you want to make a picture?
- Yes, said the little boy, what are we going to make?
- I don’t know until you make it, said the teacher.
- How shall I make it? asked the little boy.
- Why, any way you like, said the teacher.
- Any color? asked the little boy.
- Any color, said the teacher.
- If everyone made the same picture, and the used the same colors, how would I know who made what?
- I don’t know, said the little boy.

And he began to make a red flower with a green stem.


Renata Quirino de Sousa
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2 comentários:

  1. Que triste!!!
    O pior é que reflete muito bem a realidade de tanta gente que é tão podada em seus potenciais, quando criança, que depois esquece que os têm ou não sabe mais como expressá-los.
    Vera

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  2. Não podemos castrar as ações que vem de dentro do ser por questões pessoais ou profissionais que estejamos. Temos que ter o respeito pelo outro em sua plenitude e saber que nada é nosso e que tudo é do cosmo e nele vivemos para compartilhar e crescer juntos e com ele. Por isso, não aniquilem as curiosidades e interesses do outro!!!você pode estar matando uma bela ROSA que serviria seu néctar as abelhas e borboletas.

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